Jardel Maia
Não sei se vocês já passaram por isso... Mas é bem comum numa festa ou num papo informal sermos apresentados a várias pessoas e, normalmente, um desses colegas que acabamos de conhecer descobre (não sei como) que somos astrólogos ou temos algum conhecimento do assunto e fala pra gente: “Nossa! Que legal! Você é astrólogo (a)! Eu sou do signo “tal”. Diz alguma coisa aí!” Ou ainda, e o que é pior, quando complementa: “Tipo assim, cara... fala de mim?”.
Aí normalmente tiramos do bolso aquele bom e velho sorriso amarelo e dizemos algumas informações básicas (pra não ficar chato, já que o ambiente normalmente não proporciona um aprofundamento para divagações esclarecedoras sobre Astrologia) e... pronto. Também... “falar de alguém” é complexo! Depois vem (pelo menos comigo) a sensação de que poderíamos ter dado uma explicação mais detalhada para que a Astrologia não se torne mais banalizada do que já é.
Pois é. Sabem, por exemplo, qual seria uma “simples” complementação para essa questão?
Poderíamos dizer, caso houvesse oportunidade para desenvolver o assunto, que o signo de uma pessoa está relacionado APENAS ao signo solar, ou seja, ao signo em que se encontrava o Sol no dia do seu nascimento. Encontramos indivíduos que se detêm em definições de livros simples de Astrologia, onde existem descrições amplas e genéricas da personalidade baseadas apenas nas definições do signo solar, como se SÓ ele (O Signo Solar) pudesse “definir” alguém. E venhamos e convenhamos ou (E cá entre nós): isso é muito superficial. O signo solar (por onde o Sol está ‘passando’ quando nascemos) é sim o dado mais importante no mapa natal, mas SÓ ele não ‘define’ ninguém.
Para uma maioria, que desconhece alguns significados reais, a Astrologia se resume apenas ao saber do signo solar, e isso não é correto.
A personalidade do ser humano é complexa e, como tal, assim é o Mapa Natal. Um signo representa uma fração reduzida de um todo: com complexidades e singularidades próprias, onde o signo solar, apesar de fornecer dados assertivos e funcionais, descreve características globais do comportamento humano, oferecendo assim, subsídios insuficientes para traçar uma efetiva análise aprofundada das características psicológicas de um indivíduo. Podemos começar a delinear a personalidade de uma pessoa entendendo e conhecendo o seu Signo Ascendente, por exemplo!
Já que a Terra leva 24 horas para dar uma volta em torno do seu eixo e sabemos que o zodíaco é formado por 12 signos, concluímos que cada signo desponta no horizonte no intervalo de 2 horas. Por isso, a cada duas horas teremos um signo Ascendente aparecendo no horizonte. Essa mudança é muito rápida na Astrologia, por isso consideramos de suma importância a hora do nascimento para definir nosso signo ascendente e podermos, a partir daí, ter uma visão inicial da personalidade.
É bom ressaltar que o Ascendente não tem nenhuma relação com os pais (ou com os signos dos pais) de um indivíduo. O Ascendente a que estamos nos referindo é um ponto, uma coordenada da Carta Natal que indica a posição de um signo do Zodíaco e não a ascendência de uma pessoa ou sua suposta “árvore genealógica”.
Por que o Ascendente é importante? Porque é a partir dele que a mandala astrológica é dividida em 12 Casas, 12 setores ou em 12 etapas da vida. Dentro dessas 12 casas estarão localizados os planetas, fontes imprescindíveis de energia e base para qualquer compreensão da carta natal. Assim, de acordo com a hora exata e com as coordenadas de um determinado evento (a latitude e a longitude do lugar, seja ele de nascimento ou de um acontecimento de um fato), os planetas assumirão significados distintos e terão atuações diferentes.
É a partir do Ascendente que iniciamos qualquer análise: ele dá a partida para indicar a posição dos planetas e as etapas da vida. Podemos dizer que, da mesma forma que quando os primeiros raios solares surgem no horizonte, as atividades começam a se esboçar e a caracterizar mais um dia de tarefas na vida de cada um de nós; assim é o Ascendente: o Sol traça um perfil de uma pessoa e define o restante das características do Mapa Astral.
O Signo Ascendente, antes de tudo, rege o corpo físico da pessoa, seus traços, sua anatomia e rege também a constituição básica psicológica individual, misturando, é claro, as influências do Signo Solar (EGO) e Lunar (EMOÇÃO), para compor a personalidade. EPA! Uma “paradinha” só para lembrar: toda análise astrológica é plural e não podemos só considerar fatores isolados e parcos, por isso os outros planetas devem ser considerados, como a Lua, por exemplo.
O Signo Ascendente nos permite ter uma primeira visão de quem nós somos; é a maneira que temos de perceber e enxergar a vida. É a nossa “impressão digital”: como nos mostramos ao mundo, como eu enxergo a vida e qual é a leitura que fazemos dela. O ascendente é um ponto de partida para delinear as características básicas de uma pessoa, é a “porta pela qual entramos na vida”. É o que nos individualiza, nos diferencia. São qualidades e atributos evidentes que afloram naturalmente, estão incorporados ao modo de ser de um indivíduo e mostram-se espontaneamente.
De acordo com esse signo (e com os planetas que estejam contidos nele) dão-se as condições do nascimento de um indivíduo. Os planetas em contato com o Ascendente provocam matizes diferenciados em suas características, mas não modificam o significado básico do signo; eles determinam uma nova roupagem a esse significado.
Ele rege os inícios da vida de uma pessoa. Podemos dizer que mostra como foi nosso parto, que situação estava ocorrendo quando entrávamos nesse mundo. Assim pode-se também fazer uma analogia ao modo de começarmos cada momento ou etapa da vida, como será nosso pontapé inicial a cada situação nova. Exibe as circunstâncias de nosso nascimento que irão se refletir nas iniciativas individuais durante toda a vida, sinalizando que tipos de experiências a vida vai nos oferecer. Se o Ascendente apresenta um signo calmo, então o sujeito tende a iniciar as coisas com tranqüilidade e ponderação.
Ouço muitas vezes as pessoas mencionarem que depois dos 30 anos deixamos de ser o Signo Solar e “viramos” (adoro esse termo) Ascendente. Isso é um equívoco, pois o Signo Solar é a natureza básica e fundamental de qualquer pessoa; e nós (por mais inusitados que possamos ser) não deixaríamos perder a nossa essência genuína só porque a idade dos 30 bateu em nossa porta. O Ascendente não predomina sobre nosso signo como dizem por aí, ele poderá se fortalecer porque amadurecemos mais e estamos mais conscientes de suas características. O Sol é o nosso “EU” e ele representa o núcleo da identidade, o centro da consciência.
Nós “somos” o Sol, mas o Ascendente funciona como a nossa “credencial”. Muitas vezes há pouca correspondência entre as características do Signo Ascendente e do Signo Solar, ou seja, podemos nos mostrar de uma forma extrovertida (Ascendente) e nossa verdadeira natureza (Sol) buscar seriedade. Quando existe muita diferença entre o os dois signos (do Sol e do Ascendente), normalmente nossa verdadeira identidade não é igual às nossas iniciativas espontâneas.
Portanto, é importante notar que o signo solar contém em si as nossas potencialidades que devemos que buscar aprimorar e utilizá-las da melhor forma durante a nossa vida. E o Ascendente, por sua vez, precisa servir aos propósitos e metas criativas do Sol, para uma atuação feliz e plena de um indivíduo, já que ele modifica a expressão da energia solar e sustenta a individualidade.
Signo Solar e Ascendente são ícones diferentes. Concentram em si qualidades e perfis distintos, entretanto, torna-se um engano realizar qualquer análise sem incluí-los simultaneamente, ou seja, suas características devem ser mescladas para uma compreensão mais apropriada, sem deixar de ignorar, é claro, todo restante do Mapa Natal.
Sendo assim, caros leitores, espero que esse texto possa servir como um manual para possíveis situações de emergência que às vezes a vida nos reserva. Quando, por exemplo, solicitarem uma descrição completa da personalidade só através do Signo Solar... (Ih! Já sabem, né?) já estaremos cientes de que precisamos de muita capacidade de síntese para nos sairmos bem dessa situação. Boa Sorte! Mas enquanto isso, vamos aproveitar as festas e os papos informais, quem sabe em que “credenciais” poderemos esbarrar? Às vezes temos sorte e achamos alguém que queira todas essas instruções!
DIVIRTAM-SE!
ASCENDENTE EM CÂNCER: Enxerga o mundo com sentimentalismo e introspecção. Encara a vida com atitude defensiva, gosta de proteger e ser protegido. Mostra-se, observador, maternal, tradicional e emotivo.
ASCENDENTE EM LEÃO: Enxerga o mundo numa constante posição de berlinda. Encara a vida com carisma, impondo respeito e querendo mostrar sua melhor imagem. Mostra-se sendo generoso, egocêntrico, dramático e majestoso.
ASCENDENTE EM LIBRA: Enxerga o mundo como a partir do ponto de vista alheio. Encara a vida com neutralidade e análise equilibrada dos fatos. Mostra-se sendo sedutor, sociável, o “em cima do muro” e apreciador da beleza.
4 comentários:
Teacher...muitísssimo esclarecedor!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Muitíssimo esclarecedor? Mais q isso, pareceu mais um virginiano q analisa e dpois mostra a obra toda mastigadinha e pronta p ser usada! Hauhauhuha!!!!
Nossa, exemplar!!!
cade o post do signo de escorpiao?
Parabéns J. Maia!!!
E vc chama isso de "resuminho"??
Fantástico!!!
Amei o seu "resuminho"!!!!!
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