ASTROLOGIA

Saber milenar que estuda a relação entre a posição dos astros no céu e a vida na Terra. A astrologia é antes de qualquer coisa, um instrumento de compreensão do homem no seu tempo e espaço de vida. Por milênios, o homem vem atribuindo, compreendendo significados através dos ciclos planetários. A astrologia é um trabalho de auto-conhecimento, uma filosofia de vida, antes de ser um processo divinatório. É um meio de alcançar serenidade em meio ao caos da existência quotidiana, através do estudo dos potenciais de cada um.
O planejamento (prognóstico) que ela pode oferecer, por exemplo, baseia-se na otimização do uso dos talentos e capacidades latentes do ser humano, não em fatores externos à própria psique.

Correlação céu – Terra.
Associação de fatos do cotidiano com o movimento dos astros;
Revela potenciais, tendências, detecta traços da personalidade;
Não é determinante, oferece livre-arbítrio;
Lente pela qual enxergamos a alma humana com suas complexidades;
Linguagem resultante da relação entre os fenômenos celestes e sua repercussão na vida terrestre.

Horóscopo: “mostrador de horas”. Leva em consideração a hora do nascimento. Também chamado de Mapa Natal ou Carta Natal. O levantamento do Horóscopo (dados) é um processo astronômico e a descrição e interpretação é um processo astrológico.
Na Idade Média até 1666 (séc. XVII) não havia divisão entre astrologia e astronomia.

Astronomus: astro + lei;
Astrologia: astro + palavra/razão;

A Astrologia não “explica” tudo. É preciso buscar na religião, na filosofia e na psicologia explicações últimas. A Astrologia é uma grande iluminadora. O Astrólogo é, na verdade, um grande conselheiro.


A PROPOSTA DA ASTROLOGIA
Vanessa Tuleski

Praticada há milênios, a astrologia possivelmente teve origem na antiga Caldéia. Com seus assombrosos conhecimentos astronômicos, os caldeus conheciam os planetas até Saturno. Conheciam muito bem as fases da Lua, prevendo com precisão os eclipses. Foram eles que, traçando os limites na eclíptica, dividiram-na em doze porções, que se tornaram os doze signos do zodíaco. Os caldeus perceberam que determinadas épocas ou signos se relacionavam a certos traços de caráter, e com isso criaram toda a base da simbologia que hoje é a astrologia.
No início, a astrologia era bastante utilizada para prever catástrofes, períodos de bonança, dificuldades, épocas para se realizar grandes eventos e coroações. Aos poucos, os astrólogos começaram a traçar os mapas de seus reis - tendo alguns, inclusive, previsto mortes, fracassos e consagrações. Com o tempo, a astrologia passou a ser aplicada a pessoas comuns, a fim de se estudar a sua personalidade, história e potenciais. Nesse início de milênio o interesse pela astrologia se amplia, mas grandes também são as dúvidas e os mitos - a maioria falsos - que a envolvem.
Pode-se definir astrologia como um sistema simbólico que observa a relação entre o macrocosmo (os planetas) e o microcosmo (o indivíduo na Terra). Quando um indivíduo nasce, o céu reflete determinadas características que são únicas naquele momento. Essas características irão compor a base da personalidade do indivíduo. Essa será a sua carta astrológica, repleta de potencialidades. Existe um forte engano de que a astrologia é um sistema de adivinhação ou de sorte, e que ela revelaria um destino completamente traçado. Nada mais falso do que isto. A astrologia sempre deixa um grande espaço em aberto para o indivíduo. Na verdade, ela aponta tendências, mas cabe ao indivíduo direcioná-las.
De fato, uma pessoa é seu mapa astral, mas ela também tem livre arbítrio para utilizar todas as características indicadas por ele. Somente pelo mapa de alguém você não pode saber se a pessoa será famosa, rica, triste ou alegre. Isso são coisas que vão depender dela, e não do mapa que ela tem. Mas você pode encontrar tendências, talentos e possibilidades. É de todo esse potencial que o astrólogo se ocupa.
E ele se depara com minúsculas características de caráter, assim como de grandes tendências. Ele lê o mapa astral da pessoa em todos os seus detalhes, mas, no final, sua grande tarefa é sintetizar o todo e trazer algum tipo de compreensão para aquela pessoa, ajudá-la de alguma forma. Para tanto, é importante que ele exerça a sua profissão com isenção, despindo-se de preconceitos e tentando ver a realidade daquela pessoa - e todos os seus infinitos potenciais - com toda a pureza e com o firme propósito de revelar àquela pessoa algo valioso sobre ela mesma.

ASTROLOGIA


Nasceu há mais de 3000 anos, provavelmente na Babilônia. A fundamentação da Astrologia teria sua origem a partir da premissa: “Tudo que acontece em cima (no céu), se reflete em baixo (na terra)”.
Ao longo da História, sempre existiram pessoas que se dedicaram ao estudo da Astrologia. Muitos sábios integravam a Astrologia ao restante das outras Ciências que dominavam, como matemática, geometria, medicina e filosofia.
Na Mesopotâmia, o Sol e Lua eram observados e percebeu-se que esses astros poderiam indicar mudanças de situações, ou fenômenos naturais. Esse saber era importante para o período de plantio, colheita, ciclos de procriação etc.
No Egito já havia a determinação dos signos cardeais: Áries, Câncer, Libra, Capricórnio. Além da divisão do signo em três decanatos. O calendário egípcio já se assemelhava ao atual: com 12 meses.
Já na Grécia que a Astrologia teve um grande avanço: aliaram a Mitologia ao estudo astrológico, determinaram o grau do signo ascendente (ao qual se chamou de Horóscopo – “observo aquele que surge”) e introduziram o uso da geometria na Astrologia.
Aristóteles: falou dos quatro elementos: fogo, terra, ar e água, associado ao comportamento das pessoas.
Hiparco: descobriu a precessão dos equinócios, o que origina as eras.
Ptolomeu (astrônomo e astrólogo nascido em Alexandria): foi um dos maiores intelectuais de sua época. Através de seu Tetrabiblos, Ptolomeu estabeleceu os princípios da influência cósmica que constituem as bases da moderna Astrologia. Sob influência grega e de Ptolomeu, os planetas, casas, os signos do zodíaco foram racionalizados e tiveram suas funções determinadas, de uma maneira que chegou até nós.
Em Roma a astrologia atinge grande popularidade.
Na Idade Média, a Astrologia começa a ser estudada em universidades. Os cientistas da época eram astrólogos, além de matemáticos, físicos e astrônomos.
Esses cientistas astrólogos eram requisitados posteriormente nas monarquias, prevendo morte de reis, aconselhando, influenciando na política e possibilitando as descobertas.
Astrônomos como Copérnico e Galileu foram perseguidos pela Inquisição devido à teoria do heliocentrismo.
Para a Igreja Católica, a Astrologia era questão polêmica. Por vezes condenada – através de seus Concílios, por outras, apoiada – com a aceitação de alguns Papas, que adotavam práticas astrológicas e, de certa forma, não poderiam negá-la. A Igreja sentia-se também ameaçada pela filosofia racionalista de pensadores que eram também astrólogos. Até o século XVII, não havia distinção entre a Astronomia e Astrologia.
No século XIX, o Positivismo foi muito prejudicial à Astrologia, já que ela trazia do passado uma tradição não revisada e passou a ser confundida com magia, se contrapondo às teorias racionalistas que a deixavam sem base científica para a cultura da época. A Astrologia ficou desacreditada e como não era vista com bons olhos, sua prática foi entrando em declínio, por isso ela ficou esquecida durante muitos anos.
Dentro da realidade do pensamento positivista, nos deparamos com a Psicanálise. Já que Positivismo era uma escola filosófica com caráter social, a Psicanálise adotou as doutrinas positivistas e as colocou no campo da introspecção e clínica, originando as novas escolas.
Apesar disso, os ingleses tentavam cultivar o estudo astrológico, em meio ao mundo moderno. Em 1891 com a Sociedade Teosófica, teve início a reintegração da consciência ocidental com o pensamento religioso, e a Astrologia (que encontrava uma aliada com as teorias da psicanálise) começou a ser vista como uma linguagem essencial nesse processo de renovação.
Allan Leo (1917), considerado como o Pai da Astrologia Moderna, divulgou esse renascimento, através de seus trinta livros de Astrologia, destacando-se pela maneira de enfocar a psicologia do nativo através do Mapa Natal.
No mundo ocidental, a Astrologia (associada à Psicologia) volta a despertar o maior interesse, agora sendo revista sob o ângulo da ciência moderna.